Superioridade da Inter foi incontestável

No penúltimo dia de oitavas-de-final da UEFA Champions League, o esperadíssimo jogo entre Chelsea x Inter de Milão viu a equipe italiana se impor de uma maneira que há muito tempo não fazia, ainda mais contra um rival inglês. A vitória por 1 x 0, com gol do sempre decisivo Samuel Eto'o, foi pouco. O jogo marcou a volta de José Mourinho ao Stamford Bridge.

O técnico português surpreendeu já na escalação, ao escalar um trio de atacantes formado por Eto'o jogando pela direita, Goran Pandev pela esquerda e Diego Milito centralizado, prendendo os laterais do Chelsea. Na prática, o esquema era um 4-2-3-1, já que Eto'o e Pandev voltavam pra marcar, fechando a linha de 3 com o meia central Wesley Sneijder, um craque, nome da partida.

Do lado inglês, também um 4-3-3, mas com Florent Malouda, o atacante da esquerda, centralizando como se fosse um armador atrás dos atacantes Nicolas Anelka e Didier Drogba, até porque, em quase todas as vezes que tentou jogar pela ponta, foi parado pelo lateral brasileiro Maicon. Quem viu o Porto de José Mourinho ganhar a Liga dos Campeões de 2003/04 sabe como o português arma bem suas defesas, e nos dois confrontos ela foi impecável - se na primeira partida o grande nome foi Lúcio, hoje foi o argentino Walter Samuel.

Mas o nome da partida foi Wesley Sneijder. É incrível como o holandês organiza o time, prende a bola, raramente é desarmado, seu passe para o gol de Eto'o foi espetacular. E o "grande" Real Madrid o dispensou, tal qual fez com Arjen Robben, hoje no Bayern, dois jogadores que estarão nas quartas-de-final e comandam seus times.

Na mesma proporção em que se vê o argentino Esteban Cambiasso preencher a intermediária defensiva da Inter, não se vê o nigeriano John Obi Mikel fazer o mesmo no time de Carlo Ancelotti. Mikel é um daqueles que deve ter um empresário genial.

Sinceramente, torci pela Inter de Milão hoje, faz bem pra um torneio continental não ter tanto o domínio de uma liga apenas, tal qual vinha acontecendo com os times ingleses, que estavam colocando três representantes nas semifinais com frequência. Agora, só sobraram Manchester United e Arsenal, e algo me diz que o sorteio de sexta-feira, às 8h00, vai colocar os rivais frente a frente.

(Ficha da partida)


- CSKA Moscou surpreende e vence Sevilla na Espanha

Os jogadores do Sevilla mereciam 300 chibatadas em praça pública, é incrível como outra grande chance de avançar até as quartas-de-final foi perdida, tal qual há duas temporadas, quando decidiu a vaga contra o Fenerbahçe novamente em casa e foi eliminado. A situação foi ainda pior dessa vez, pois haviam conseguido um empate por 1 x 1 na Rússia, e conseguiram perder em casa por 2 x 1. O tcheco Tomas Necid abriu o placar aos 38 minutos de jogo, após passe do japonês Keisuke Honda, nome da partida.

Mas a vantagem do Exército Vermelho só durou dois minutos, já que o argentino Diego Perotti, após receber passe de Jesús Navas, empatou, resultado que levaria o jogo para a prorrogação.

E veio o segundo tempo e a ducha de água fria sobre os andaluzes: Honda, contratado em janeiro junto ao VVV-Venlo-HOL, cobrou falta da intermediária, e o goleiro Andrés Palop, geralmente seguro, tomou um baita frango. A partir daí, o Sevilla precisaria marcar dois gols, e não conseguiu sequer empatar. Méritos para o time de Leonid Slutsky, substituto de Juande Ramos durante a campanha, que já havia chegado pela primeira vez a um mata-mata de Champions League, e agora vai mais longe do que se imaginava.

(Ficha da partida)

Amanhã acontece a definição dos últimos dois classificados: Barcelona x Stuttgart (ida: 1 x 1) e Bordeaux x Olympiacos (ida: 1 x 0). Sexta-feira, o aguardado sorteio dos confrontos.