6 de setembro de 2015

A noite mágica de Juan Carlos Osorio

A desculpa já estava pronta: time desfalcado de 12 jogadores, apenas dois titulares em campo, jogador estreando, adversário embalado por um 6-0 no meio de semana. Porém, com tudo jogando contra, o São Paulo bateu o Internacional por 2 a 0, no Morumbi, em atuação tática invejável.

Juan Carlos Osorio optou por intensificar a marcação sob pressão escalando um trio ofensivo formado por - da direita para a esquerda - Wilder Guisao, Ricardo Centurión e o estreante Rogério, atacante de 24 anos contratado junto ao Náutico e com atuação espetacular, marcando um gol e desfilando habilidade com objetividade. Os três avançados se movimentavam constantemente, dificultando a marcação da equipe de Argel Fucks.

Com o reforço de última hora do lateral direito Bruno, Osorio pôde ter em Hudson o volante fundamental na proteção da defesa. O ex-jogador do Botafogo-SP é daqueles atletas úteis pelo jogo simples e discreto, e também por grande versatilidade.
Na armação, Michel Bastos dava mais velocidade na transição e chegada à área colorada, enquanto Ganso "maestrava" o veloz time escalado pelo colombiano.

Paulo Henrique, aliás, merece um parágrafo para si. Construindo sozinho a jogada do primeiro gol e servindo Michel Bastos no segundo - chegando a sua quinta assistência, uma a menos que os líderes no quesito (Giovanni Augusto e Patric, do Atlético-MG, e Giuliano, do Grêmio) -, vem mantendo uma regularidade satisfatória nas últimas partidas. É, também, o jogador tricolor com mais assistências que resultaram em finalização: 34.
Agora, aquele que julgo ser o argumento principal de como Ganso participa, SIM, dos jogos: são 40 desarmes em 19 jogos, atrás somente dos volantes Thiago Mendes (42) e Hudson (47).

(Foto: Marcos Ribolli)
Aliado a isso, Osorio está aproveitando os jogadores de Cotia, algo do qual o clube era fortemente cobrado. Com ele, jogadores como Auro, Lucão, Lyanco, Matheus Reis, João Schmidt e João Paulo são nomes já falados com naturalidade pelos torcedores - e ainda há o caso de Breno, que voltou a jogar após 4 anos, logo no clássico diante do Corinthians, e como volante. Coragem e confiança de que o trabalho está sendo feito corretamente não faltam ao colombiano.

O São Paulo vai oscilar, disso não resta dúvida; é um elenco que foi desmontado quase que em sua metade, e nenhum clube do mundo passa incólume a isso. Mas a segurança de que há no comando um treinador com ideias de futebol tão agradáveis deixa o Tricolor na briga por uma vaga na Libertadores - ainda que, a priori, não seja exatamente o favorito à classificação.

Nenhum comentário: