Parece até impensável um placar de 5 x 0 a pergunta: "Convenceu?", mas é apropriada a pergunta.
A seleção brasileira no primeiro tempo beirou o ridículo, e quando estava começando a ser vaiada fez um gol: Robinho deu uma cavadinha e lançou Maicon, que na velocidade bateu o defensor equatoriano e deixou Vágner Love livre, que só teve o trabalho de empurrar para o fundo da rede.
Pela expectativa criada, era pouco, mas assim terminou o primeiro tempo.
O segundo tempo parecia uma continuação do primeiro, a torcida na expectativa de show e os jogadores trocando bola morosamente. Nova vaia era ensaiada, e novamente um gol brasileiro: Kaká arrisca de longe e Ronaldinho desvia no meio do caminho, matando o goleiro visitante.
Quatro minutos depois, o primeiro gol que valeu o ingresso: Kaká arriscou de fora da área... Oras, arriscou?! Kaká simplesmente colocou a bola no ângulo do goleiro Viteri, um golaço. A partir daí o espetáculo veio.
O quarto gol foi uma jogada cinematográfica de Robinho: na linha de fundo o jogador deixou 2 para trás com dribles de futsal e colocou na área, onde Elano, que entrara no segundo tempo, deixara o dele.
O último gol foi inusitado. Kaká chuta de fora da área, o chute sai péssimo, fraco. Kaká vira de costas com raiva do chute pífio, quando de repente ouve a torcida vibrar. Ele se vira para o gol e a bola está no fundo das redes. Kaká faz cara de: "O que houve?!". O que houve é que Viteri, goleiro equatoriano, que na rodada passada tomou um gol de falta do meio campo da Venezuela, não pode representar seleção alguma do mundo, um frango dos mais toscos já visto.
O resultado convenceu, as jogadas individuais também, mas o time em si deixou muito a desejar ainda.
Ficha Técnica:
Eliminatórias 2010 - 2ª Rodada
Brasil 5 x 0 Equador
Árbitro: Jorge Larrionda
Brasil: Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan e Gilberto; Gilberto Silva, Mineiro, Kaká(Diego) e Ronaldinho; Robinho e Vágner Love(Elano).
Téc.: Dunga.
Equador: Viteri; De la Cruz, Hurtado, Espinoza e Bagui; Urrutia, Castillo, Quiroz(Tenório), Ayovi(Guerron) e Méndez; Benítez(Lara).
Téc.: Luis Fernando Suárez.
Em tempo: É impressionante como a emissora que transmitiu essa partida não faz mais nem questão de esconder seu caráter. Há pelo menos 2 anos há uma campanha de que Obina é craque, com a clara intenção de fazer clubes acreditarem nisso e o comprarem, onde provavelmente uma parte da transferência iria para essa emissora. Hoje no Maracanã, após Vágner Love cabecear uma bola pra fora, a torcida resolveu tirar um sarro - impróprio diga-se de passagem - e gritar o nome de Obina. Após o jogo, a tal emissora noticia em seu site: "Torcida vaia atacantes e pede Obina", como se realmente fosse esse o desejo do torcedor, como se Obina estivesse sendo injustiçado em não ser convocado. Uma convocação de Obina seria tudo o que essa emissora mais sonhou, e não me surpreenderá em nada se esse assunto for debatido em seus programas de tv fechada e uma matéria em seu programa das 12:45.
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