A semana foi de muita bola rolando nos gramados europeus, com quatro jogos válidos pelas oitavas-de-final da UEFA Champions League. Três favoritos avançaram, e um ficou pelo caminho: o Real Madrid.
Começando, então, pelo time espanhol. Antes de qualquer coisa, é inadmissível um site como o espanhol Marca, que se diz de jornalismo, decretar em sua página principal um: "Adiós Pellegrini", em referência ao treinador do Real Madrid, Manuel Pellegrini. Quem pensam que são? Isso quem decide é o clube, não a imprensa.
Sobre a partida, o Real começou com jeito de quem iria golear, com um gol de Cristiano Ronaldo, após passe de Guti, logo aos 5 minutos. Mas, ainda que mandando na partida depois do gol, o time deu uma diminuída no ritmo, até por saber que sofrer um gol seria catastrófico. Porém, nem a diminuição na intensidade dos ataques fez os merengues criarem chances de gol, como numa surreal perdida por Gonzalo Higuaín, que driblou o goleiro Hugo Lloris e, com o gol aberto, chutou caprichosamente na trave.
Na volta do intervalo, veio o primeiro grande mérito do Lyon: a ousadia de seu treinador. Claude Puel voltou com duas alterações, com a entrada do meia Kim Källström no lugar do volante Jean Makoun. A partir daí, um bom número de chances foram criadas pelo time francês, especialmente pelo forte lado esquerdo, que passou a ter Källström, César Delgado e os apoios do lateral Aly Cissokho.
Quando parecia ter retomado as rédeas da partida, veio o golpe: Lisandro recebeu passe de Delgado dentro da área e, como um bom pivô, escorou para Miralem Pjanic fuzilar Iker Casillas, aos 30 minutos. Pesadelo consolidado: o temor de sofrer um gol em casa, aconteceu.
Ao contrário da épica virada diante do Sevilla no final de semana, quando perdia por 2 x 0, dessa vez o que se viu foi um Real Madrid apático, quase sem ameaçar Lloris. E eis que, numa substituição completamente sem nexo, Pellegrini tira Kaká - que fez um bom primeiro tempo, diga-se - pra colocar o atacante Raúl. O brasileiro, provavelmente pela primeira vez na carreira, saiu reclamando com a troca, e com razão.
Pela sexta vez consecutiva, o time espanhol consegue duas coisas: não passar das oitavas-de-final e não vencer o Lyon.
Abaixo, um print bacana da página inicial do site oficial do Olympique Lyonnais. Acho que nem eles acreditavam...
- Manchester United 4 x 0 Milan
É triste ver o segundo maior campeão de Champions League sendo derrotado num agregado de 7 x 2. Chegou a dar pena, o United foi superior em 175 minutos sobre o Milan, contra os 5 minutos iniciais da partida de ida, quando o Milan iludiu muita gente, achando que iriam encarar de igual pra igual o atual campeão inglês.
Leonardo, com todo respeito, fez muita bobagem hoje. Vale até enumerar:
1) O brasileiro comete o velho erro de querer que seus jogadores se adaptem ao esquema, ao invés de fazê-lo com as características de seus atletas. Querer que Huntelaar seja o ponta direita chega a ser cômico, já que nem de centroavante o insosso holandês tem vaga no time;
2) Clarence Seedorf no banco é inacreditável. Esperar que Mathieu Flamini e Massimo Ambrosini auxiliem Andrea Pirlo na armação é querer passar vergonha, ainda mais não tendo laterais;
3) A insistência com Ignacio Abate. Não é possível que o mundo enxergue que não dá pra Abate jogar de lateral direito, só Leonardo que não. Errou trinta e oito mil cruzamentos;
4) Em um jogo onde, pra cogitar classificação, o Milan precisaria ficar pilhado os 90 minutos, Gennaro Gattuso seria o cara ideal pra sair jogando, mas, para isso, Ambrosini teria que sair, e tirar o capitão do time é sempre complicado.
Do lado inglês, Alex Ferguson, inteligente que é, sabe que só dos pés de Pirlo pra bola chegar ao ataque, e colocou Park Ji-Sung, jogador de maior velocidade e disposição do meio campo, pra marcá-lo individualmente. Funcionou perfeitamente.
Os gols do jogo-treino foram de Wayne Rooney (2x), Park e Darren Fletcher.
- Arsenal 5 x 0 Porto
Falando em jogo-treino, o Arsenal não tomou conhecimento do Porto e fez fáceis 5 x 0, com show de Nicklas Bendtner, autor de três gols. Os outros gols foram marcados por Samir Nasri e Emmanuel Eboué.
Apesar dos três gols, o grande nome foi o francês Nasri. Com Cesc Fabregas lesionado, coube a ele a função de armar o time, e o fez com extrema maestria, surpreendente até. Destaque também para Andrey Arshavin, que infernizou um fraquíssimo Jorge Fucile.
- Fiorentina 3 x 2 Bayern de Munique
Impossível pensar nesse jogo sem lembrar da partida em Munique, em que o Bayern venceu por 2 x 1 com um dos gols mais escandalosamente impedidos da década. Esse gol matou com a Fiorentina, que, talvez até motivada pela injustiça, fez um primeiro tempo de marcação quase comovente, com uma aplicação incrível, e fez 1 x 0 com o peruano Juan Vargas, após falha do goleiro Hans-Jörg Butt.
Na segunda etapa, mantendo o mesmo ritmo, chegou ao segundo gol com o monstro montenegrino Stevan Jovetic, de 20 anos, certamente uma das cinco maiores promessas do futebol mundial. Só que, depois do 2 x 0, o time de Cesare Prandelli deixou de marcar com a mesma intensidade, quase como se tivesse já terminado a sua obrigação na partida. E aí apareceu o primeiro craque do Bayern: Ribéry. Em jogada individual pela esquerda, rolou para Mark van Bommel na entrada da área, que bateu com precisão, no canto do goleiro Sebastien Frey.
O time da casa, apoiado por uma barulhenta torcida, não sentiu o gol, e conseguiu fazer o terceiro novamente com Jovetic, após passe de cabeça de Alberto Gilardino. Mas, no minuto seguinte, veio o segundo craque dos bávaros: Arjen Robben. Numa paulada de fora da área, colocou a bola no ângulo da meta Viola. Esse gol, sim, a Fiorentina sentiu, e não conseguiu reagir, quase sem assustar mais a meta de Butt.
O brasileiro Keirrison entrou nos 10 últimos minutos e conseguiu irritar a torcida em quatro minutos, destruíndo tentativas de ataque com erros de passe e de domínio de bola. Foi sua estreia em Champions League.
A rodada se completa na semana que vem com os seguintes jogos:
Terça-feira:
Chelsea x Inter de Milão (ida: 1 x 2)
Sevilla x CSKA Moscou (ida: 1 x 1)
Quarta-feira:
Barcelona x Stuttgart (ida: 1 x 1)
Bordeaux x Olympiacos (ida: 1 x 0)
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5 comentários:
O Real Madrid, pelo amor de Deus...
Eliminado pelo sexto ano seguido. Parece que o time em que se investiu tanto ainda não pegou entrosamento.
Abraços
Não vi nenhum dos jogos. tb fico triste com o Milan. Está na hora de uma renovação. Já era pra ter começado há tempos e ir substituindo aos poucos.
Pelo q li, soube q o kaká saiu vaiado de campo. É verdade?
Abços
Muito Bom Seu Resumo,destaque o vexame do Real ehhe Era grande favorito ate que!!! 1x1 com lyon e Estar Fora.Blog Atualizado sempre www.nickolasblog.zip.net
Muito bom o resumo! O Real decepcionou a todos. Galáticos somente no papel - muita propaganda para pouca eficiência. Em compensação, eu achei excelente a classificação do Manchester. O futebol inglês tem esbanjado técnica e habilidade e os Red Devils só impuseram em campo aquilo que todos esperávamos. O Milan, por sua vez, assistiu o jogo de camarote. Agora, o Rooney foi, sem dúvida, um show a parte. Sou fã do Shrek!
Parabéns pelo post!
André,
Estou sentindo que o futebol italiano, como um todo, está defasado taticamente. O jogo entre Milan e Manchester simbolizou isso.
Já o Real Madrid há muito tempo é um reduto de celebridades ao invés de jogadores de futebol
Abraços
P.S: Estou sumido porque meu computador está quebrado.
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