Copa do Mundo - Dia 23 (1): Espanha e Holanda decidem Mundial

Não ousarei dizer que deu a lógica uma seleção tricampeã mundial e que mais encantou até aqui ter perdido, mas não dá pra fechar os olhos pra algo evidente: a Espanha é a melhor seleção do mundo.

Se alguém tem dúvida disso, imaginem um campeonato de pontos corridos entre seleções. Não vejo hipóteses da Espanha perder um torneio assim, tal qual o Real Madrid sofre pra fazer frente ao Barcelona na Liga Espanhola, pois, por ironia, a Fúria é um time catalão, região que reivindica autonomia da Espanha.

Xavi e Iniesta são jogadores pra daqui 50 anos contarmos pros nossos netos que vimos dois meias magistrais, que ditam o ritmo de jogo seja lá quem estejam enfrentando. Sabedor disso, Vicente del Bosque arma um 4-2-3-1, onde Iniesta, teórico meia direita, joga centralizando, pra estar próximo de Xavi, e garantir a maior posse de bola da Espanha, pois é raríssimo vê-los errar um passe.


A surpresa na escalação foi Pedro, outro do Barcelona. Se, hoje, David Villa não brilhou tanto quanto vinha fazendo jogando aberto pela esquerda, ao menos não ficou sobrecarregado, não precisou decidir outra partida sozinho. Pedro jogou muita bola, deu um toque de habilidade para o time, que por muitas vezes tinha problemas em entrar nas defesas rivais, tornando a posse de bola inofensiva. Hoje, se fosse 3 x 0 pra Espanha, não seria injusto.

Prova da superioridade espanhola está no número de chutes a gol: 13 a 5.

A Alemanha veio no mesmo esquema, e a ausência de Thomas Müller, suspenso nas quartas-de-final contra a Argentina, fez uma diferença brutal. Em seu lugar jogou Trochowski, que é muito mais um meia do que Müller, e o lado direito não existiu. Lógico que é fácil falar depois da partida, mas eu teria ido de Toni Kroos, por ter características mais semelhantes a do titular.


Mesmo com a derrota, a campanha da Alemanha é de se tirar o chapéu, revelou ao mundo jogadores promissores em cenário doméstico, como Özil, Khedira e Thomas Müller. Em 2014, esses garotos já estarão quatro anos mais amadurecidos, e certamente chegarão ao Brasil com o status de favorita que não chegaram à África do Sul.


Ficha da partida:

Alemanha: Neuer; Lahm, Mertesacker, Arne Friedrich e Jerome Boateng(52' Jansen); Khedira(81' Mario Gomez) e Schweinsteiger; Trochowski(62' Kroos), Özil e Podolski; Klose.
Téc.: Joachim Löw.

Espanha: Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Busquets e Xabi Alonso(90+3' Marchena); Iniesta, Xavi e Pedro(86' David Silva); David Villa(81' Fernando Torres).
Téc.: Vicente del Bosque.

Gol: Puyol 73'

Melhor em campo FIFA: Xavi


Crédito dos escudos: http://escudinhos.blogspot.com