Nestes dias de data-FIFA, seis das principais seleções do mundo se enfrentaram em jogos que de amistosos não tiveram nada.
2 - 0 
Local: Emirates Stadium, Londres
Gols: Elano 12' e Robinho 26'
Brasil: Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan(Thiago Silva) e Marcelo; Gilberto Silva(Josué), Felipe Melo, Elano(Daniel Alves) e Ronaldinho; Robinho(Júlio Baptista) e Adriano(Alexandre Pato).
Téc.: Dunga.
Itália: Buffon; Zambrotta, Legrottaglie, Cannavaro e Grosso; Pirlo(Dossena), De Rossi(Aquilani), Montolivo(Perrotta) e Pepe(Camoranesi); Di Natale(Rossi) e Gilardino(Luca Toni).
Téc.: Marcello Lippi.
Quem dera o Brasil sempre jogasse assim. Quem dera ver Ronaldinho Gaúcho jogando sempre assim, correndo por todos os lados do campo, marcando, enfim, jogando futebol. Quem dera não ver mais Gilberto Silva e Josué juntos.
Dunga enfim deu o braço a torcer e não escalou o meio campo com Gilberto Silva e Josué (Faço aqui uma ressalva: não é nada contra nenhum dos dois, mas o que se discute é os dois atuando juntos), e o time ganhou notadamente em saída de bola e qualidade de passe com a entrada e boa estreia de Felipe Melo entre os titulares. E pra essa posição de volante que sai pro jogo, Dunga ainda tem outras excelentes opções, como Hernanes e Ramires. Só espero que Dunga não tenha um retrocesso mental e volte com a antiga dupla de volantes.
Elano fez uma boa partida também, especialmente na parte tática, sendo sempre uma boa opção pela direita pra jogadas com Maicon, e ainda por cima apareceu de surpresa entre os zagueiros italianos para abrir o placar.
Júlio César é fácil um dos 3 melhores goleiros do mundo, indiscutivelmente. E tão indiscutível é o fato do Brasil ter uma das melhores duplas de zagueiros do mundo, é impressionante como há anos o Brasil não tem mais problemas na defesa depois que Lúcio e Juan se firmaram.
0 - 2 
Local: Vélodrome, Marseille
Gols: Jonás Gutiérrez 41' e Messi 83'
França: Mandanda; Sagna, Gallas, Mexes e Abidal; Lassana Diarra, Toulalan, Gourcuff e Ribéry; Henry e Anelka(Benzema).
Téc.: Raymond Domenech.
Argentina: Carrizo; Zanetti, Demichelis, Heinze e Papa; Mascherano, Gago, Maxi Rodríguez(Angeleri) e Jonás Gutiérrez; Messi e Agüero(Tevez).
Téc.: Diego Armando Maradona.
Inúmeros comentários podem ser feitos, mas começo com o que mais me chamou atenção nessa partida: Demichelis é um monstro. Como joga o zagueiro argentino, forma com Lúcio no Bayern de Munique a melhor dupla de zaga de clubes do mundo, o que fatalmente acaba prejudicando o ex-são paulino Breno.
No primeiro tempo, a Argentina demonstrou como faz falta Riquelme ao time, pois passou a depender de Gago para armar a equipe pela faixa central, já que Maxi Rodríguez e Jonás Gutiérrez jogam pelas pontas, e não estavam em noite feliz. A França foi ligeiramente superior na primeira etapa, mas tomou o gol perto do intervalo, num belo lance de Jonás Gutiérrez, batendo no canto direito de Mandanda.
Já no segundo tempo a história foi diferente: a Argentina sobrou em campo, não dando qualquer perspectiva de reação para os franceses, tocando a bola no campo ofensivo, envolvendo os donos da casa. O segundo gol até tardou a sair, mas valeu a espera: um golaço de Messi, pra variar. Não há no mundo algum jogador em tão boa forma quanto Messi, é de emocionar ver o argentino atuando.
2 - 0 
Local: Ramón Sánchez Pizjuán, Sevilla
Gols: David Villa 36' e Fernando Llorente 82'
Espanha: Casillas(Reina); Sergio Ramos, Albiol(Marchena), Piqué e Capdevila(Arbeloa); Marcos Senna, Xavi(Güiza), Xabi Alonso e Iniesta; David Villa(David Silva) e Fernando Torres(Fernando Llorente).
Téc.: Vicente del Bosque.
Inglaterra: James(Green); Glen Johnson, Terry, Jagielka(Upson) e Ashley Cole; Barry(Lampard), Carrick, Wright-Phllips e Downing(Beckham); Agbonlahor(Carlton Cole) e Heskey(Crouch).
Téc.: Fabio Capello.
A Espanha, por mais ousadia que possa ser dizer isso, confirmou seu favoritismo e bateu a Inglaterra por 2 x 0, merecidamente. A Furia joga atualmente o melhor futebol dentre todas as seleções do mundo, com um meio campo que quase não erra passes (e que ainda teve a ausência do lesionado Fabregas) e uma dupla de ataque mortal. O título da Euro 2008 fez bem para a confiança dos jogadores, não há mais aquele bloqueio mental em jogos importantes, hoje a equipe sabe de toda sua capacidade, é sem dúvida uma das três maiores favoritas para a conquista do Mundial de 2010.
A Inglaterra teve como principal destaque a partida de número 108 de David Beckham com a camisa do English Team, igualando o recorde do lendário Bobby Moore. Outro destaque, dessa vez não muito positivo, é que, enquanto a Espanha tem dois goleiros de altíssimo nível, a Inglaterra não tem nenhum. Somando David James + Paul Robinson + Robert Green não dá meio Casillas. Evidente que tal constatação não foi baseada no jogo de hoje, e que não houve falha dos goleiros em nenhum dos gols (James no primeiro, Green no segundo), mas no primeiro tempo James soltou uma bola que reflete bem quando o goleiro não tem confiança, e isso reflete no time, a Inglaterra acaba se expondo menos do que poderia por não confiar em seu goleiro.
Agora, o que mais chama atenção em todas essas partidas é o incontável número de erros da Globo e da Sportv, que, definitivamente, não combinam com futebol internacional. A começar por Galvão Bueno, que desferiu o seguinte comentário, após Robinho dar um chutão: "Já adquiriu o jeito inglês de jogar futebol". Oras, qualquer pessoa que acompanha minimanente futebol europeu sabe que não há liga no mundo em que o toque de bola é mais desenvolvido do que na Inglaterra, o senhor comentarista da Globo deve ter parado no tempo, ou então é mera tentativa de diminuir o campeonato que a Sportv não transmite, e supervalorizar o Campeonato Italiano, transmitido pela Sportv.
E falando na emissora esportiva da Globo, pérolas bacanas foram lançadas também. Não sou bom em decorar nomes, então serão "narrador" apenas, por mais que tenham sido mais de um. O narrador da Sportv disse por umas duas ou três vezes que Ronaldinho e Zambrotta já foram companheiros de equipe, se referindo ao período de ambos no Barcelona, só que certamente ele não sabe que ambos são companheiros ainda, agora no Milan.
Chamou a atenção também a pronúncia exótica no nome do zagueiro francês Mexes. OK, não é dos nomes mais fáceis de se falar, mas certamente não é "Mexe", como se fosse do verbo mexer.
Mas foi na partida entre Espanha e Inglaterra que a coisa foi caprichada. O zagueiro Upson entrou no lugar do zagueiro Jagielka, e então o narrador, com um bom conhecimento tático, disse que o volante Carrick seria improvisado na zaga. Provavelmente ele se esqueceu que, ao sair Jagielka, o Upson entrou.
Fernando Llorente se preparava para entrar em campo, e então o narrador disse, umas quatro vezes, que Riera entraria no lugar de Fernando Torres. Quem acompanha futebol (e isso me parece obrigação de um canal de esportes) sabe que confundir o rosto de Riera com o rosto de Fernando Llorente é como confundir o rosto do Kaká com o rosto do Amaral.
E olha que só o segundo tempo foi transmitido...
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